XVIII Domingo depois de Pentecostes

 


Epístola

Lição da Ep.ª do B. Ap.º Paulo aos Coríntios.
1 Cor. 1:4-8

Meus irmãos: Rendo contínuas ações de graças a Deus por vós, visto que vos foi dada a graça de Deus, em Jesus Cristo. Pois pela vossa união com Cristo ficastes repletos de riquezas espirituais, particularmente pelo que respeita ao dom da palavra e da ciência. O testemunho, que vos tinha sido dado de Jesus Cristo, foi assim confirmado em vós, de modo que não cedeis a ninguém em nenhum dom da graça, esperando com confiança a manifestação de nosso Senhor. E ainda até ao fim Deus vos confirmará, para que vos encontre irrepreensíveis no dia da vinda de N. S. Jesus Cristo.

 

Evangelho

Continuação do santo Evangelho segundo S. Mateus.
Mt 9:1-8

Naquele tempo, subindo Jesus para uma barca, passou o lago e foi para a cidade de Cafarnaum, onde Lhe apresentaram um paralítico, deitado num leito. Vendo Jesus a fé de todos, disse ao paralítico: «Tem confiança, meu filho, os teus pecados ficam-te perdoados». Logo alguns dos escribas disseram intimamente: «Este homem blasfema!». Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Para que cogitais mal nos vossos corações? Qual é mais fácil dizer: Os teus pecados ficam-te perdoados, ou levanta-te e caminha? Pois, para que conheçais que o Filho do homem tem na terra poder de perdoar os pecados, levanta-te (continuou Ele, dirigindo-se ao paralítico), leva a tua cama e vai para tua casal». E o paralítico levantou-se e foi para casa. Vendo as turbas do povo este acontecimento, ficaram cheias de temor e deram glória a Deus, que havia dado tal poder aos homens!

 

HOMILIA DE S. PEDRO CRISÓLOGO, ARCEBISPO DE RAVENNA.

A lição de hoje mostrou que Cristo realizou mistérios divinos em atos humanos e realizou negócios invisíveis em coisas visíveis. Ele ascendeu, diz ele, ao mar, atravessou e chegou à sua própria cidade. Não foi ele quem, com a fuga das ondas, desnudou as profundezas do mar, para que o povo israelita pudesse passar entre as ondas estupendas por um caminho seco como montanhas ocas? Não foi ele quem inclinou os redemoinhos do mar aos pés de Pedro, para preparar um caminho líquido para que os passos humanos fossem solidamente obedecidos?

E por que ele mesmo se nega assim à servidão do mar, para poder atravessar uma passagem muito curta do lago sob a mercê da navegação? Ele subiu, disse ele, para dentro da caverna e atravessou. E que maravilha, irmãos? Cristo veio para assumir nossas enfermidades e nos transmitir suas virtudes; buscar o humano, realizar o divino; receber ferimentos, devolver dignidades; suportar tédios, referir-se à saúde: porque médico que não carrega enfermidades não sabe curar; e quem não esteve doente com os enfermos não pode trazer saúde aos enfermos.

Portanto, se Cristo tivesse permanecido nas suas virtudes, nada teria em comum com os homens; e a menos que ele cumprisse a ordem da carne, a recepção da carne seria ociosa nele. Ele ascendeu, diz ele, ao mar, atravessou e chegou à sua própria cidade. O Criador do mundo, o Senhor, depois de se estreitar na carne por nossa causa, passou a ter uma pátria humana, passou a ser cidadão da comunidade judaica, passou a ter pais, passou a ser pai de tudo; para que o amor pudesse convidar, a caridade pudesse atrair, o afeto pudesse conquistar, a humanidade pudesse persuadir aqueles que fugiram do domínio, pudesse dissipar o medo, seu poder aterrorizou seu domínio.


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