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Introdução
A doutrina da
criação desempenha um papel central na Doutrina Católica Tradicional. É um
conceito que define a relação entre Deus e o mundo, abordando questões cruciais
sobre a origem, a natureza do mal e o propósito da existência. Neste artigo,
exploraremos os adversários dessa doutrina, as provas que a sustentam e os
pontos essenciais do dogma da criação.
Adversários da Doutrina da Criação
A doutrina da
criação enfrentou adversários ao longo da história, que propuseram diferentes
visões do mundo e da relação entre Deus e a criação. Vamos examinar alguns
desses adversários:
a) Ateus e Materialistas
Os ateus e
materialistas negam a existência de Deus e veem o mundo como resultado de
processos naturais e materiais. Para eles, a criação divina é uma ideia sem
fundamento.
b) Dualistas
Os dualistas
explicam a existência do mal através de dois princípios coeternos e
independentes: um bom e outro mau. Eles veem Deus e o mundo como esses dois
princípios. Exemplos desse movimento incluem os gnósticos, maniqueus, cátaros e
albigenses.
c) Panteístas
Os panteístas
argumentam que não existe diferença substancial entre Deus e o mundo; o mundo é
uma emanação de Deus. Essa visão nega a ideia de criação ex nihilo (a criação
do nada) e sugere que o mundo é uma extensão da divindade.
Dogma e Provas da Criação
O dogma da
criação tem suas bases na Sagrada Escritura, na Tradição e na Razão. Vamos
explorar essas provas:
a) Sagrada Escritura
A Sagrada
Escritura, como no livro de Gênesis, afirma que Deus criou o céu e a Terra, e
vários outros textos bíblicos corroboram essa ideia. Passagens como Isaías 44, 24,
Isaías 45, 6-7, Provérbios 8, 23-31 e Marcos 7, 28 reforçam a visão da criação
divina.
b) Tradição
A Tradição da
Igreja, representada pelos Padres da Igreja e escritores eclesiásticos dos
primeiros séculos, sempre sustentaram o dogma da criação. Esse dogma também foi
enunciado nos símbolos dos Apóstolos e de Niceia, e foi definido pelo IV
Concílio de Latrão contra os Albigenses. Além disso, o Concílio Vaticano I
condenou os erros modernos relacionados à criação.
Deus criou o
mundo e todos os seres tirando os mesmos do nada, não utilizando da sua própria
substancia ou uma matéria pré-existente. Sua criação foi livre e mundo foi
criado para que Deus fosse glorificado.
c) Razão
Do ponto de
vista da razão, as doutrinas sobre a existência do mundo são cruciais:
a) Dualistas afirmam que a matéria é eterna e
independente de Deus, o que contradiz a ideia de um ser infinito.
b) Panteístas acreditam que o mundo é uma emanação de
Deus, mas a imperfeição da matéria não pode vir de um Deus perfeito e infinito.
c) A criação afirma que Deus criou o mundo a partir do
nada, por Sua onipotência, uma hipótese válida e aceitável à luz da razão.
Pontos Essenciais do Dogma da Criação
Os textos dos
Concílios de Latrão e do Vaticano I resumem os pontos essenciais do dogma da
criação:
a) O mundo não é eterno, refutando as visões dualistas
e panteístas.
b) Deus criou o mundo sem auxílio de outro ser, movido
apenas por Sua bondade, não por utilidade ou necessidade. Somente Deus pode
chamar o mundo ou um ser a existência.
c) A finalidade primordial da criação é a glória de
Deus, uma vez que Ele é infinito e busca o bem infinito, que só existe n'Ele.
d) A finalidade secundária da criação é a felicidade
das criaturas, pois Deus, em Sua bondade, cria seres para compartilhar Seus
bens.
e) As obras de Deus incluem tanto as criaturas
espirituais quanto as corporais, abrangendo toda a criação.
Conclusão
A doutrina da
criação na Doutrina Católica Tradicional é uma pedra angular que define a
relação entre Deus e Sua criação. Enfrentando adversários ao longo da história,
essa doutrina é sustentada por provas da Sagrada Escritura, Tradição e Razão.
Os pontos essenciais do dogma da criação enfatizam a não eternidade do mundo, a
soberania de Deus na criação e a busca da glória divina como seu propósito
primordial. Compreender esses princípios é fundamental para a teologia católica
tradicional e para a compreensão da fé cristã.
Fontes utilizadas:
Doutrina Católica do Cônego Auguste
Boulenger