Quarenta
dias após sua gloriosa Ressurreição, Jesus se manifestou aos discípulos em
Jerusalém. Em seguida, eles seguiram para o Monte das Oliveiras, onde
presenciaram o majestoso evento da Ascensão de Jesus ao Céu, conforme
registrado em Lucas 24, 50-51 e Atos 1,8-9. O relato descreve como Jesus,
diante dos olhos maravilhados de seus seguidores, subiu aos céus, lentamente,
até que uma nuvem o encobriu. Durante esse momento transcendental, anjos
apareceram e anunciaram que da mesma maneira que Ele ascendeu, Ele retornaria,
como podemos ver em Atos 1,11 e Lucas 24, 25.
A
Ascensão de Jesus é um evento divino de profundo significado teológico:
a) Ao dizer que Jesus subiu ao Céu, afirmamos que Sua
natureza humana foi elevada aos céus, pois, como Deus, Ele sempre permaneceu no
Céu.
b) Jesus ascendeu aos céus com seu corpo e alma, uma
distinção notável dos santos, cujos corpos permanecem no túmulo aguardando a
ressurreição gloriosa.
c) A Ascensão incluiu a companhia das almas
bem-aventuradas que deixaram o limbo, demonstrando que o Céu estava aberto a
todos.
d) Desde a Ascensão, Jesus não mais desceu à Terra,
aguardando-se a sua segunda vinda no Juízo Universal.
Está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso
Após Sua
Ascensão, Jesus está "sentado à direita de Deus Pai", como proclamado
em Marcos 16, 19. Isso tem um profundo significado:
a) Estar à direita de alguém representa ocupar um lugar
de honra. Jesus, em Sua natureza humana, detém uma posição de destaque diante
de Deus Pai (Efésios 1, 21).
b) Ele se senta como um Rei em Seu trono, como um Juiz em Seu tribunal, como visto em Mateus 28,18.
Jesus desempenha o papel de nosso mediador diante do
Pai (1 Timóteo 2,5), nosso advogado (1 João 2,1), e intercede por nossa entrada
no Paraíso (João 16,24).
O Juízo Particular e o Juízo Universal
Além da
Ascensão e da posição gloriosa de Jesus, é crucial entender a doutrina dos
juízos.
O Juízo
Particular ocorre após a morte de cada indivíduo e é uma parte essencial da fé cristã.
Como comprovado por Judas Macabeu e a parábola de Lázaro e do rico (Lucas 16, 22),
este juízo determina o destino das almas: céu, purgatório ou inferno,
dependendo de sua condição de graça.
Existem
duas coisas que são certas para a vida humana: uma primeira é que todos os
homens morrem e a segunda é que após a morte vem o juízo e a retribuição de
Deus segundo as obras do homem.
O Juízo
Universal, por sua vez, acontecerá no fim dos tempos, perante todo o universo,
como definido pelos concílios do IV Latrão, Lião e Florença. Este juízo, como
previsto em Joel 3, 2 e no livro de Sabedoria 4, 20; 5, 1-2, será um evento
marcante na história:
a) Todos os homens comparecerão perante o Juiz.
b) Será uma repetição da sentença do Juízo Particular
ou a confirmação da sentença de forma pública. Haverá uma revelação das coisas
ocultas, como pecados, para a vergonha dos pecadores e a glorificação dos
justos.
Motivos do Juízo Universal
O Juízo
Universal ocorrerá por várias razões fundamentais:
a) Manifestação da sabedoria e justiça de Deus:
Através deste juízo, Deus revelará Sua sabedoria e justiça. Ele restaurará a
ordem perturbada, transformando o mal em um bem maior, e mostrará Sua justiça
ao reabilitar os justos e expor os ímpios.
b) Exaltação pública de Cristo: Jesus, como o
Juiz Supremo, restaurará Sua honra diante dos pecadores, como declarado em João
5,22 e 1 Coríntios 1,23.
c) Triunfo dos eleitos de Deus e confusão dos ímpios:
Este juízo separará os justos dos ímpios, como ilustrado na parábola do trigo e
do joio (Mateus 25,32) e na parábola das bodas (Mateus 22,11-14).
O Dia do Juízo Final
O dia do
Juízo Final é um evento misterioso, cujo momento e local permanecem
desconhecidos, como Jesus afirmou em Mateus 24,36. Vários sinais precursores,
no entanto, anunciarão seu advento:
a) A pregação do Evangelho a todo o universo (Mateus 24,14).
b) A aparição do anticristo, que se apresentará como
Messias (2 Tessalonicenses 2,1-11).
c) A apostasia e a corrupção dos homens (2
Tessalonicenses 2,3).
d) A conversão dos judeus (Romanos 11,26).
e) Sinais aterrorizantes nos céus e tribulações entre
os homens, incluindo a escuridão do sol e da terra, guerras, pestes e fome
(Mateus 24,39; Lucas 21,25).
Fonte
Utilizada:
Doutrina Católica do Cônego Auguste Boulenger