A Dignidade e Prerrogativas da Santíssima Virgem


A devoção à Santíssima Virgem Maria ocupa um lugar de destaque na doutrina Católica, repleta de dignidade e prerrogativas que a distinguem como um ícone sagrado. Neste artigo, exploraremos a riqueza dessa veneração, destacando seus títulos, obras e dogmas que a cercam.

 

Dignidade da Santíssima Virgem

A dignidade de Maria está intrinsecamente ligada aos títulos e obras que a tornam uma figura única na história da fé cristã.

a) Títulos: Maria é reconhecida como a Mãe de Deus, um dogma definido pelo Concílio de Éfeso. Esse título ressoa na profunda conexão entre mãe e Filho, compartilhando não apenas a vida, mas também as alegrias e dores. Eles partilham também a Glória de seu Filho.  Isabel, em Lucas 1, 43, ao exclamar "Donde a mim esta dita, que a mãe do meu Senhor venha ter comigo?", expressa essa verdade.

b) Obras: A Mãe de Deus desempenhou um papel crucial na obra da Encarnação e Redenção, participando integralmente do Mistério de Cristo. Sua obediência ao chamado divino, ao aceitar dar à luz a Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como participando do seu sofrimento e paixão, fazem dela uma corredentora fundamental. O sacrifício de Cristo trouxe vida e salvação ao mundo, com a colaboração ativa de Maria.

 

Prerrogativas

As prerrogativas de Maria são fundamentais para a compreensão de sua posição na doutrina católica.

A) Imaculada Conceição: O dogma da Imaculada Conceição afirma que Maria foi preservada do pecado original desde o momento de sua concepção, devido aos méritos de Jesus Cristo. Esse privilégio único decorre da revogação, por parte de Deus, da mancha original e suas consequências. Maria possuía a graça santificante desde o início de sua vida, e esse dom é uma antecipação dos méritos de Jesus Cristo e da redenção que Ele trouxe.

 

Provas do Dogma

A)Imaculada Conceição

A referência da Sagrada Escritura em Gênesis 3,15 fala da inimizade entre a mulher e a descendência da serpente, que os Padres interpretam como a Virgem Maria esmagando e destruindo todo o mal.

Já com referência a saudação em Lc 1, 28 vinda do Anjo Gabriel, que a chamou de "Cheia de Graça", indicando que plenitude de graça estava com a Santíssima Virgem.

Embora a doutrina da Imaculada Conceição não tenha sido explicitamente mencionada nos primeiros tempos do cristianismo, estava presente de forma implícita na fé com a maternidade divina e na perfeita pureza de Maria. O Papa Pio IX definiu esse dogma em 1854.

 A Imaculada Conceição não apenas enaltece a dignidade de Maria, mas também é necessária para que ela seja digna de ser a Mãe de Deus, pois uma mãe pecadora geraria um paradoxo. Deus estabeleceu que o Redentor e a corredentora fossem isentos de todo pecado.

B) Virgindade Perpétua

A fé católica afirma que Maria permaneceu virgem antes e depois do nascimento de Jesus. A Sagrada Escritura, os símbolos e a autoridade dos Padres sustentam essa doutrina. Além disso, a tradição narra que Maria fez um voto de virgindade. Durante o evento da Cruz Jesus a entregou a São João, indicando sua exclusividade como Mãe de Deus e Mãe de todos os fiéis.

C) Santidade de Maria

A dignidade extraordinária de Maria se reflete em sua santidade pelo fato dela receber muitas graças. O Concílio de Trento afirmou que Maria não teve pecado original nem cometeu pecados veniais ou mortais.

D) Assunção e Mediação

A Assunção de Maria segundo a crença dos cristãos demonstra que ela não sofreu a corrupção do túmulo e foi elevada ao céu. O dogma da Assunção de Maria foi solenemente proclamado no dia 1º de novembro de 1950 afirmando que a Santíssima Virgem foi assunta ao céu em corpo e alma.

Além disso, Maria desempenha o papel de mediadora universal, intercedendo pelos seres humanos junto a Deus. Ela é corredentora, cooperando na obra da Salvação e se associando ao Sacrifício Redentor de Cristo. A Igreja estabeleceu a festa de Maria Medianeira em 31 de maio para honrar essa mediação.

 

Culto à Santíssima Virgem

A Igreja Católica presta à Santíssima Virgem o culto especial de veneração chamado de hiperdulia. Ela também estabeleceu diversas festas e práticas devocionais em sua homenagem. Maria também é honrada nos meses de maio e outubro. E esse culto é legítimo e fundamentado na Sagrada Escritura, que demonstra as diversas característica da Santíssima Virgem, na Tradição, que observa desde o início do cristianismo as diversas homenagens a Virgem Maria, e na razão teológica, que diz que Maria é medianeira onipotente e oferece aos homens diversas graças por sua intercessão.

Em contraste com as acusações de adoração a Maria vinda dos protestantes, os católicos veneram Maria como mãe e medianeira, reconhecendo que essa devoção enriquece a relação com Deus e exalta as dignidades conferidas a ela por Deus.

A devoção à Santíssima Virgem Maria é uma parte essencial da fé católica, celebrando a dignidade e as prerrogativas da Mãe de Deus, que desempenhou um papel central na história da salvação. Seu exemplo de obediência e santidade continua a inspirar gerações de fiéis em sua jornada de fé.

 

Fonte Utilizada: 

Doutrina Católica do Cônego Auguste Boulenger

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