Neste artigo,
exploraremos as diferentes teorias e pontos de vista sobre a origem do ser
humano, bem como a existência da alma, a espiritualidade da alma, sua
imortalidade, a unidade da espécie humana e a antiguidade do homem.
Hipóteses da Ciência
Desde tempos
imemoriais, a origem do homem tem sido alvo de investigação. A ciência oferece
duas principais hipóteses:
a) Evolucionistas e Materialistas: Para os
evolucionistas e materialistas, o homem tem sua origem nas leis da evolução,
sem intervenção de uma causa primeira. De acordo com essa perspectiva, o homem
compartilha uma ancestralidade com outras formas de vida.
b) Transformistas Moderados: Os transformistas
moderados acreditam que a alma humana foi criada por Deus, enquanto o corpo
passou por transformações regidas por leis divinas. A Sagrada Escritura também
é considerada relevante nessa perspectiva.
Sagrada Escritura
A Sagrada
Escritura, particularmente em Gênesis, oferece sua própria narrativa sobre a
origem do homem:
Deus criou o
homem à Sua imagem e semelhança, dando-lhe domínio sobre outras criaturas. O
homem foi formado do pó da terra e recebeu o sopro de vida de Deus. Deus criou
a primeira mulher a partir das costelas do primeiro homem, estabelecendo o
vínculo do matrimônio.
Segundo a
interpretação da tradição, Deus criou tanto o corpo quanto a alma do homem
diretamente, estabelecendo-o como rei do universo.
A Natureza do Homem e a Existência da Alma
A natureza do
homem é formada de duas substâncias diferentes unidas em uma natureza. Essas
substâncias são o corpo e a alma.
A existência da
alma tem sido objeto de debate ao longo da história, com materialistas
evolucionistas negando sua existência. No entanto, a Sagrada Escritura e a
razão oferecem argumentos a favor da alma:
A Sagrada
Escritura descreve o homem como formado do pó da terra e recebendo uma alma de
Deus. (Gn II, 7)
A razão observa
distinções entre processos fisiológicos e psicológicos no homem, sugerindo a
coexistência de corpo e alma.
A consciência
humana identifica um princípio imutável que constitui a identidade pessoal - a
alma.
Enquanto os
materialistas argumentam que a alma não é perceptível pelos sentidos, sua
existência é deduzida com base em evidências indiretas e lógicas.
A Espiritualidade da Alma
A alma humana é
vista como distinta do corpo, embora intimamente ligada a ele. Possui
faculdades soberanas, como a razão (com a razão o homem pode fazer a distinção
entre o bem e o mal) e a vontade livre (O homem pode escolher entre o bem e o
mal sendo responsável pelos seus atos).
A alma é
considerada uma substância espiritual independente da matéria, existindo mesmo
sem um corpo.
Possui
conceitos abstratos e valores morais, evidenciando sua natureza espiritual.
A alma é livre
e não sujeita às leis materiais.
A Liberdade da Alma
A questão da
liberdade da alma é central para a moral e a religião. Enquanto algumas
doutrinas negam a liberdade, a Doutrina Católica sustenta que o homem, mesmo
após a queda com o pecado original, possui liberdade para escolher entre o bem
e o mal. Essa crença é fundamentada na Escritura, na Tradição, na razão e no consentimento
universal.
A Sagrada
Escritura mostra que Deus coloca diante do homem opções para que ele possa
escolher como a vida e a morte, o bem e o mal.
A Tradição diz
que o homem podendo utilizar a liberdade para escolher pode buscar a sua
Salvação ou não.
A razão mostra
que homem é livre para refletir e decidir.
Já o
consentimento universal demonstra que o homem possui a liberdade de forma
instintiva, inata e que não se reprime.
A Imortalidade da Alma
A imortalidade
da alma foi definido como dogma no IV Concílio de Latrão tendo bases na Sagrada
Escritura, na razão e no consentimento universal.
A Escritura
Sagrada demonstra a imortalidade da alma pelo fato da existência das
recompensas e castigos na vida futura.
A razão nos
mostra que a alma não sofre sua decomposição ou destruição, que o homem busca a
felicidade completa e que Deus vai retribuir cada um segundo seus atos.
Diversos povos
acreditam na imortalidade da alma e alguns como os gregos comprovaram tal
crença.
Unidade da Espécie Humana
A Igreja ensina
que toda a humanidade descende de Adão e Eva, contrariando teorias como a dos
preadamitas, que dizem que Adão não teria sido o primeiro ser humano, e
poligenistas, que falam da existência de várias espécies humanas. Isso é
fundamentado na Sagrada Escritura e na ciência, que aponta para a unidade da
espécie humana.
Antiguidade do Homem
A questão da época em que o primeiro homem foi criado permanece em aberto, pois a fé não especifica uma data, e a ciência ainda busca respostas. A fé e a ciência, nesse aspecto, não entram em conflito, pois não há um consenso claro.
Em resumo, a origem do homem é uma questão complexa,
abordada de várias maneiras pela ciência, pela Sagrada Escritura e pela fé. A
existência da alma, sua espiritualidade, liberdade, imortalidade, unidade da
espécie humana e antiguidade são temas que continuam a desafiar nossa
compreensão, convidando-nos a explorar e refletir sobre as múltiplas facetas da
natureza humana.
Fonte Utilizada:
Doutrina Católica do Cônego Auguste Boulenger
Postar um comentário