Comunhão dos Santos



Introdução

         Neste artigo, exploraremos o Dogma da Comunhão dos Santos, suas raízes históricas e as complexas relações entre os diferentes grupos de membros da Igreja.

 

I – Dogma da Comunhão dos Santos

1. Compreendendo a Comunhão dos Santos

         A Comunhão dos Santos é o elo que une os membros da Igreja, independentemente de estarem vivos ou já falecidos. Assim como em uma sociedade, os membros da Igreja compartilham alegrias e tristezas, compartilham bens espirituais e interesses comuns.

2. Provas do Dogma

         O Dogma da Comunhão dos Santos foi introduzido no Símbolo dos Apóstolos no século V. Suas raízes estão profundamente ancoradas em passagens bíblicas e ensinamentos dos apóstolos.

a) No Reino de Deus estabelecido por Jesus Cristo, aqueles em estado de graça compartilham uma comunidade de vida e trabalho. Isso inclui tanto os fiéis na terra quanto os eleitos no céu, que se regozijam com a conversão dos pecadores (Lucas 15,10).

b) São Paulo, em suas Epístolas, ampliou essa doutrina ao pedir orações por ele, solicitar orações por aqueles que não fazem parte da Igreja e incentivar a solidariedade entre os fiéis. Ele compara os fiéis a membros de um corpo, destacando a importância da unidade na Igreja. (Rm 15,30; I Tm 2, 3-4; Rm 12, 4-5; I Cor 12, 21-26)

         A Comunhão dos Santos é caracterizada por serviços recíprocos, partilha de bens individuais, intercessão por meio de orações e participação nas riquezas espirituais do Corpo Místico, sendo o fundamento dessa comunhão.

 

II – Membros da Comunhão dos Santos e Suas Relações

1. Membros

         A Comunhão dos Santos é composta por três grupos distintos de membros:

a) Igreja Triunfante: Os falecidos que desfrutam da presença de Deus no céu.

b) Igreja Padecente: Aqueles que, após a morte, passam pelo processo de expiação no Purgatório antes de entrarem no céu.

c) Igreja Militante: Os fiéis que estão vivos na Terra, lutando contra as tentações do mundo, as paixões e os desafios colocados pelo maligno.

         Aqueles que não pertencem à Igreja, como infiéis, hereges, cismáticos, apostatas e excomungados, não fazem parte da Comunhão dos Santos, uma vez que nunca foram membros ou se afastaram da Igreja.

         No entanto, mesmo os pecadores que não estão em estado de graça ainda fazem parte da Igreja, podendo um dia restaurar plenamente sua comunhão.

 

2. Suas Relações

a) Relações entre os Santos na Terra

         Os membros da Igreja Militante compartilham um profundo vínculo entre si, baseada na fé comum, nos sacramentos e no Sacrifício. Eles se unem em orações, obras meritórias e ações de caridade. Os justos podem oferecer atos de satisfação em nome de outros, influenciando as circunstâncias das vidas de muitos.

b) Relações entre os Fiéis na Terra, os Santos no Céu e as Almas do Purgatório

 

a) Eleitos: Os membros da Igreja Militante invocam os santos no céu, buscando sua intercessão junto a Deus.

b) Almas do Purgatório: Os fiéis acreditam que têm o dever de, por caridade e gratidão, aliviar o sofrimento das almas no Purgatório. Isso é alcançado por meio de orações, boas obras, esmolas, penitências, indulgências e a celebração do Santo Sacrifício da Missa. Diminuem assim a duração do Purgatório para essas almas.

         A Comunhão dos Santos representa a unidade e solidariedade entre os membros da Igreja, tanto na Terra como no céu e no Purgatório. 

Fonte Utilizada: 

Doutrina Católica do Cônego Auguste Boulenger

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