Que minha oração suba até vós como a fumaça do incenso,
que minhas mãos estendidas para vós sejam como a oferenda da tarde. Salmo 140,
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Na Liturgia
Católica em diversos momentos é utilizado o incenso, alguns dizem ser aquela “fumacinha
perfumada”. E muitos de nós não sabemos o real significado do mesmo na
liturgia.
Significado
A palavra
incenso vem da palavra latina incendere, significando incendiar ou queimar. E
também é utilizada para significar a fumaça ou aroma produzido quando se dá a
sua queima. O incenso provém da seiva de uma planta chamada Boswellia, que
procede do Oriente Médio e do norte da África, sendo o mesmo uma resina
aromática e sua utilização é bem antiga principalmente para fins religiosos.
Utilização
Antigamente o
uso do incenso era muito comum. Escritores clássicos como Ovídio e Virgílio
mencionam sua utilização nos cultos pagãos. Já Herodoto menciona o uso do
incenso entre os povos assírios e Babilônicos.
No judaísmo o
incenso foi muito utilizado juntamente com as ofertas de azeite, vinhos, frutas
e em sacríficos incruentos, ou seja, que não há derramamento de sangue ( Cf. Lv
6,15). Ainda no Antigo Testamento, Deus
ordenou a Moisés que construísse um altar para queimar incenso ( Cf. Ex 30). No
Primeiro Livros das Crônicas há um relato que determinava que a tribo dos
levitas cuidava do incenso ( Cf. I Cr 9,29). Os sacerdotes do Antigo Testamento
também utilizavam o incenso no Santo dos Santos, onde estava o altar do
incenso.
Não sabemos ao
certo quando o incenso foi introduzido na liturgia da Igreja. Até o Século IV
não existe menção ao mesmo. Existem referências de sua utilização no templo e
no Novo Testamento (Cf. Lc 1,10; Ap 8, 3-4) relacionado principalmente a
adoração. A menção mais antiga relacionada ao uso do incenso se encontra no
Pseudo-Dionísio.
As liturgias
orientais em sua maioria utilizam o incenso em suas celebrações ou rituais,
principalmente no Ofertório. Já a liturgia romana a utilização do incenso para
leitura do Evangelho da Missa e no ofertório se iniciam no século XI, e no
Introito ( que é um fragmento do salmo que era cantado até que os ministros
chegassem ao altar) no século XII. No Benedictus e Magnificat das horas
canônicas (atualmente após a reforma litúrgica é chamada de liturgia das horas)
foi introduzido o incenso por volta do século XIII e no século XIV, o incenso
foi introduzido na elevação e benção do Santíssimo Sacramento.
O incenso
atualmente é utilizado em missas solenes, bençãos solenes, procissões e para
outros fins religiosos diversos.
Simbolismo
O Simbolismo do
incenso é de fato o que nos diz o Salmo 140, onde o salmista diz que o incenso,
assim como a nossa oração deve subir até Deus. E subindo até Deus como nos diz
as orações do Rito Romano Antigo volta para nós a misericórdia de Deus.
Quando se
incensa o altar no início da missa solene nos remonta ao Calvário onde Cristo
vai renovar o sacrifício da cruz. O altar também representa a Cristo e o
incensar o mesmo nos mostra a Glória do Rei.
Incensar o
Evangelho que vai ser proclamado na Santa Missa demonstra-se o respeito e
veneração a Sagrada Escritura.
Quando se
incensa o sacerdote e o povo, existe aí uma demonstração do Corpo Místico de
Cristo, a Igreja e sua Unidade.
Ao se incensar
as ofertas do pão e do vinho, o sacerdote e os fiéis lembram que devemos
fazer subir como incenso, a nossa oração até o trono de Deus.
Quando ocorre a
consagração e se incensa o Corpo e Sangue de Nosso Senhor, que são elevados
para que os fiéis possam visualizar, devemos nos recordar da Epifania, ou seja,
a manifestação de Deus. Nosso Senhor, que em seu nascimento, recebeu ouro,
incenso e mirra. Para São Gregório Magno em sua interpretação dessa passagem
Bíblica, nos mostra que o ouro é a realeza de Nosso Senhor, o incenso é
utilizado no sacrifício de Deus e a mirra simboliza a paixão ou é o um óleo que
embalsamava os corpos dos defuntos.
Assim, tentamos
demonstrar um pouco do significado, utilização e simbolismo do incenso.
Bibliografia:
Tesouro da
Tradição, Guia da Missa Tridentina
Enciclopédia
Católica