A palavra latina
para revelação é Revelatio, seu significado seria tornar conhecido algo que
estaria escondido. É Deus que deseja manifestar ao homem uma verdade divina, se
utilizando de uma iluminação sobrenatural para que o homem possa compreender
com sua inteligência. Vale lembrar que o homem não consegue compreender de
forma exaustiva as verdades reveladas por Deus mesmo que se esforce.
Deus pode conceder uma inspiração para um autor sagrado, para um homem compreender uma determinada verdade de Fé e concede um auxílio divino ao Papa para que o mesmo não erre em matéria de Fé e moral.
Possibilidade da Revelação
Sabendo
que existe um Deus pessoal não podemos negar assim que Deus se Revela. Deus
quer comunicar seus pensamentos com o homem e por isso o dotou de meios para
comunicar e entender os seus pensamentos e suas verdades.
Deus concedeu ao
homem diversos meios para que o mesmo busque seu fim último. Deus permite que o
homem através da criação possa chegar até o conhecimento Dele. A chamada
revelação natural. Mas, o homem tem certa dificuldade para compreender o que
Deus quer revelar até mesmo pela lei natural. Pois, o homem foi enfraquecido em
sua inteligência por causa do pecado original.
Então Deus faz com que o homem possa conhece-lo também pela Revelação Sobrenatural. Deus desejou através de sua bondade se revelar também de forma sobrenatural ao homem. Tendo assim Deus se revelado aos Profetas e Patriarcas e de forma mais plena se revela em Jesus Cristo, Nosso Senhor. Assim nos diz a Escritura: "Deus. tendo outrora falado muitas vezes e de muitos modos a nossos pais pelos profetas. ultimamente nestes dias, falou-nos pelo Filho" (Hebr. 1, 1-2). O que era inacessível ao ser humano naturalmente, Deus fez com que pela revelação sobrenatural fosse compreendido e entendido, mesmo com limitações.
Necessidade da Revelação
Se Deus não revelasse sua existência, seus preceitos e leis, o homem não conseguiria de forma alguma adentrar o conhecimento de Deus. Muitos concluíram que o homem nunca poderia chegar a verdade religiosa e moral em razão do pecado original.
Sabendo da dificuldade que o homem encontra tanto para conhecer a lei natural e ordenar essa mesma lei natural para a lei sobrenatural ou Divina, se faz necessária a revelação divina para que o homem obtenha seu fim último, através das verdades da salvação, e para que essas mesmas verdades não ficassem desconhecidas aos homens ou os homens poderiam cair no erro não fazendo a ordenação correta.
Critérios da Revelação
Sendo
a revelação possível e necessária chegamos a conclusão da existência da
revelação. Para validarmos a revelação devemos verificar os critérios externos
e internos da revelação.
O critério externo é sinal que
demonstra a verdade vinda de Deus, um exemplo seria o milagre.
Os critérios internos seriam aqueles
que se encontram na doutrina, na sua apresentação ao mundo e no que se produz
na alma do fiel.
Para ilustrar tais critérios podemos expor o ensino do Concílio Vaticano : “Mas para que a obediência da nossa fé estivesse em conformidade com a razão, Deus quis que os argumentos externos da sua Revelação se combinassem com as ajudas internas do Espírito Santo, isto é, as intervenções divinas, como são principalmente os milagres e as profecias que luminosamente demonstram a onipotência e a ciência infinita de Deus e são sinais muito certos da Revelação divina e adequados à inteligência de todos. Por esta razão, Moisés e os profetas, mas especialmente Cristo, o Senhor, realizaram muitos milagres e profecias claras; e dos Apóstolos lemos: “ Partiram então e pregaram por toda a parte, cooperando com o Senhor e confirmando a sua pregação com prodígios que os acompanhavam ” (Mc 16,20).”
Cabe ressaltar também que existe uma diferença entre a Revelação de Deus e as revelações privadas ou particulares a determinadas pessoas ou santos. Essas revelações particulares ou privadas para serem aceitas devem obedecer a alguns critérios: não pode contrariar a fé e a moral católica e deve existir fundamentos de verdade em tal revelação para não levar as outras pessoas ao erro.
Fontes utilizadas:
Enciclopédia Católica
Catecismo Menor de São Pio X
Doutrina Católica do Cônego Auguste
Boulenger
Concílio Vaticano
Dicionário Católico
Grande Catecismo Católico
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