Entre o momento de Sua morte na cruz e a gloriosa ressurreição, a alma de Nosso Senhor Jesus Cristo realizou uma descida aos Infernos. Importante destacar que esse Inferno não se refere ao local de punição dos réprobos, nem ao purgatório onde as almas são purificadas antes de entrar no céu.
Embora
este artigo não esteja presente no Credo primitivo, é uma crença profundamente
enraizada nos primeiros cristãos e nos ensinamentos dos padres da Igreja,
respaldada também pela Sagrada Escritura (Salmos 15,10; Oséias 13,14; 1 Pedro 3,19;
1 Pedro 4,6).
Os
"infernos" aqui mencionados são o lugar de repouso das almas justas
que morreram em comunhão com Deus. De acordo com as Escrituras, é conhecido
como o Limbo ou Seio de Abraão. Nesse estado, essas almas desfrutavam de uma
felicidade natural, embora não pudessem entrar no céu, pois o pecado de Adão
havia trancado a porta para o Paraíso.
Cristo,
ao realizar Sua descida ao Limbo, anunciou aos justos ali presentes que a
Redenção havia sido consumada e que agora podiam entrar no céu. Sua missão era
libertar as almas justas e abrir o caminho para a vida eterna.
A saída
vitoriosa de Nosso Senhor do Limbo culminou em uma comitiva real de espíritos
bem-aventurados que O acompanharam na terra até Sua Ascensão triunfante ao céu.
Após a libertação por Jesus, essas almas foram introduzidas no céu, sendo os
primeiros eleitos a receberem essa graça.
Embora a
descida de Cristo ao Limbo possa parecer uma humilhação, na realidade,
representou o primeiro passo em direção à Sua glorificação, bem como à
libertação e coroação dos primeiros eleitos. Essa jornada é um testemunho da
misericórdia e do poder divino de Nosso Senhor.
Fonte
Utilizada:
Doutrina Católica do Cônego Auguste Boulenger