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Jesus
Cristo fundou uma única Igreja, e essa singularidade é um princípio fundamental
que permeia a fé cristã. A missão de Jesus na Terra foi trazer ao mundo uma
nova doutrina, repleta de verdades divinas, proclamando o advento do Reino de
Deus e desejando que o Evangelho fosse pregado a toda criatura. Essa nobre
missão foi transmitida aos Apóstolos e, subsequentemente, aos seus sucessores,
com a incumbência de completar a obra de Cristo, uma vez que Ele mesmo não
conseguiu levar sua mensagem a todos os cantos do mundo.
A
doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo deve ser pregada de maneira integral,
exatamente como Ele a ensinou. Suas palavras são claras e explícitas, revelando
Sua vontade. Jesus anseia por um único rebanho e um único pastor, como Ele
mesmo disse em João 10,16, e a Igreja que Ele instituiu deve perdurar até o fim
dos tempos.
No
entanto, nos dias atuais, vemos a existência de diversas denominações que
reivindicam ser a verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Cada uma
delas apresenta diferentes doutrinas, o que nos leva a questionar se todas
realmente se originam de Jesus, que ensinou apenas uma doutrina, a verdadeira.
Sinais da Verdadeira Igreja
A busca
pela verdadeira Igreja de Cristo é uma preocupação comum entre os seguidores do
cristianismo, e algumas denominações têm se destacado nessa busca. Entre elas,
destacam-se a Igreja Católica, as igrejas ortodoxas e as igrejas protestantes.
A
verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo é aquela que reconhece a
primazia e a infalibilidade de São Pedro e seus sucessores. A Igreja Romana, em
particular, afirma essa primazia de jurisdição de São Pedro, sustentando que
ela é a Igreja de Cristo.
Para
entender melhor os critérios que definem a verdadeira Igreja de Jesus Cristo,
podemos recorrer ao Concílio de Niceia. Esse importante evento ecumênico, que
ocorreu no século IV, nos fornece notas e características que devemos
considerar ao avaliar a autenticidade de uma igreja como a verdadeira Igreja de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos explorar essas notas na próxima parte deste
artigo.
Unidade
Nosso Senhor Jesus Cristo estabeleceu a Igreja com a
missão de apascentar todo o rebanho e confirmar os fiéis. Ele escolheu São
Pedro como líder, concedendo-lhe as chaves do Reino dos Céus e garantindo que
as portas do inferno não prevaleceriam contra Sua Igreja. A unidade de governo
e de fé é fundamental.
Santidade
A Igreja
é chamada a santificar e guiar as almas em direção à salvação. A santidade é
refletida na doutrina, no culto e na moral da Igreja, bem como na santidade dos
seus membros.
Com
relação a Perfeição e as Virtudes Heroicas Nosso Senhor Jesus nos chamou à
perfeição, e a Igreja Católica exorta os fiéis a seguir os conselhos
evangélicos, buscando a santidade.
Catolicidade
Nosso
Senhor ordenou que o Evangelho fosse pregado a todas as criaturas e que o mesmo
fosse espalhado pela terra. Os apóstolos seriam então arautos do Evangelho e a
catolicidade exige unidade na universalidade da Igreja. Sendo essa
universalidade moral.
A Igreja
Católica é verdadeiramente católica, dirigindo-se a todas as nações e mantendo
sua doutrina integral.
Apostolicidade
A
verdadeira Igreja deve ser apostólica em termos de pastores legítimos,
sucessores dos Apóstolos, e na doutrina transmitida dos Apóstolos.
A Igreja
Católica traça sua apostolicidade na sucessão desde o Papa atual até São Pedro,
garantindo que a doutrina apostólica permaneça inalterada.
A Igreja Católica Romana apresenta todos os quatro
sinais da verdadeira Igreja
A unidade é reconhecer o Papa como chefe supremo da Igreja, detentor da primazia. E além disso é manter a unidade de fé, onde os fiéis católicos professam a mesma fé, recebem os mesmos sacramentos e praticam o culto em conformidade com a autoridade infalível.
A nota da
santidade da Igreja chama os fiéis a fazerem observação da doutrina, dos
mandamentos, dos sacramentos, da mortificação e dos conselhos evangélicos.
Muitos filhos da Igreja buscam praticar diversas virtudes heroicas.
A Igreja
é Católica e se dirige a todas as nações e está em diversas partes do mundo,
mantendo sua doutrina integral e sua universalidade de moral.
A Igreja
Católica possui uma sucessão ininterrupta dos pastores, remontando desde o Papa
atual até São Pedro, com sua doutrina enraizada nos ensinamentos dos Apóstolos.
Outras igrejas
As Igrejas
Ortodoxas embora compartilhem muitas crenças comuns com a Igreja Católica não
reconhecem a primazia papal e mantêm uma autonomia considerável. Também possui
divisões doutrinárias.
O
protestantismo é caracterizado por uma multiplicidade de denominações, cada uma
com interpretações diversas da Escritura. A falta de unidade doutrinária e a
ausência de uma autoridade infalível são desafios para a validação dos quatro
sinais da verdadeira Igreja.
A Necessidade de Pertencer à Igreja para a Salvação
A afirmação "Fora da Igreja, não há Salvação" é uma declaração de grande significado na doutrina católica, que destaca a importância de pertencer à Igreja Católica para alcançar a salvação eterna.
O Conceito de Igreja: Corpo e Alma
A Igreja, na visão católica, é compreendida tanto como um corpo organizado e visível quanto como uma comunhão espiritual com a graça santificante.
O Corpo
da Igreja é composto pelos membros batizados que não foram excomungados e que
permanecem voluntariamente unidos à Igreja.
A Alma da
Igreja refere-se à graça santificante que nos faz participar da vida de Nosso
Senhor Jesus Cristo, sendo essencial para a salvação.
Quem Não Pertence ao Corpo da Igreja?
A
doutrina católica declara que os seguintes grupos não fazem parte do corpo da
Igreja:
Os Infiéis
são aqueles que não foram batizados. E não creem em Jesus Cristo.
Os Hereges
são aqueles que adotam doutrinas condenadas pela Igreja.
Os Cismáticos
são aqueles que não reconhecem a autoridade papal.
Os Apostatas são aqueles que negam o batismo e aderem a outra religião.
Excomungados Denunciados: Aqueles que foram
excomungados de forma pública e devem ser evitados, em contraste com aqueles
excomungados de forma tolerada.
Quem Não Possui a Alma da Igreja?
Mesmo que
alguém faça parte do corpo da Igreja, a falta da graça santificante no caso dos
pecadores significa que eles não possuem a alma da Igreja. A graça santificante
é o meio de santificação, e aqueles que a perdem não podem alcançar a salvação.
"Fora da Igreja, Não Há Salvação"
A
doutrina afirma que aqueles que voluntariamente e conscientemente rejeitam a
Igreja Católica, não professam suas crenças e não seguem os mandamentos, não
podem alcançar a salvação.
No entanto, há uma importante distinção a ser feita:
Estão no Erro
Voluntário e Culpado aqueles que conhecem a Igreja Católica como a
Verdadeira Igreja e deliberadamente se afastam dela não podem ser salvos.
Estão no Erro
Invencível aqueles que estão sinceramente no erro, como os infiéis, hereges
e cismáticos, mas seguem os preceitos religiosos de boa fé e buscam agradar a
Deus de acordo com sua consciência, podem pertencer à alma da Igreja, mesmo que
não sejam membros da Igreja Católica. Para eles, a salvação é possível, pois
Deus julgará com base na luz que possuíam e em suas ações, não de acordo com
uma lei desconhecida.
Em
resumo, o dogma "Fora da Igreja, Não Há Salvação" enfatiza a
importância da Igreja Católica na busca pela salvação, mas também reconhece a
possibilidade de salvação para aqueles que, por razões invencíveis, não
pertencem à Igreja, desde que busquem sinceramente a vontade de Deus.
Fonte Utilizada:
Doutrina Católica do Cônego
Auguste Boulenger